Aeroporto em chamas - Era só um treinamento

Nova turma de bombeiros civis já está pronta para atuar no combater a incêndios e salvar vidas Ao comando da chefe de equipe, os 10 homens jorram a água com as mangueiras do caminhão sobre as chamas de 10 metros de altura. A fumaça era mais um obstáculo, além do calor de até 200°C. Em seguida, era o momento do outro grupo resgatar as vítimas. Isso tudo ocorreu ontem pela manhã, no Aeroporto Hercílio Luz, no Sul da Ilha, em Florianópolis. Mas nada de pânico, a operação se tratava de um treinamento contra incêndio. Após 200 horas de aula, entre 17 de março e 19 de abril, a segunda turma de bombeiros civis, que fez curso de salvamento em aeroportos, está preparada para atuar na segurança do Hercílio Luz. Com a formatura deles hoje, a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) vai contratá-los e liberar os bombeiros militares, que atuam no aeroporto, para reforçarem o quadro da corporação nas ruas. Participaram do curso 82 bombeiros civis. Quarenta e seis vão assumir a função no aeroporto em 2 de maio, outros já trabalham no Aeroporto de Navegantes e o restante ficará no cadastro de reservas. Entre os contratados, a maior parte são de pessoas que trabalham como guarda-vidas, como Juan Ricardo Maldonado, de 36 anos. Há 10 temporadas de verão, esse morador do Pântano do Sul, no Sul da Ilha, faz a segurança dos banhistas. – Uma vez naufraguei perto das Ilhas dos Moleques do Sul e jurei que, se sobrevivesse, iria ajudar a salvar vidas – conta o pescador, sobre a nova profissão. O instrutor da Infraero Vanio Cesar Mattei explica que o trabalho de salvamento em aeroportos é diferente daquele feito por bombeiros em incêndios de casas e automóveis. Como o combustível de aviação é mais inflamável, a ação dos bombeiros tem de ser muito rápida. – Incêndios com querosene são tão agressivos que, após três minutos, há poucas chances de encontrar sobreviventes – explica o instrutor. Para garantir a eficiência da operação, a qualidade dos equipamentos faz a diferença. O Hercílio Luz conta com quatro carros de bombeiros com projetor de água, espuma e pó químico, além de uma carreta de emergência e um veículo de resgate. As roupas são de fibra de aramida e resistem até 300°C. De acordo com o superintendente Antônio Felipe Bergman Barcelos, nunca aconteceu incêndios graves nos terminais de SC, mas é fundamental e obrigatório investir na segurança. Segundo o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), 80% dos acidentes aéreos no Brasil ocorrem na decolagem ou no pouso, por serem os momentos de maior instabilidade da viagem. Os bombeiros civis também podem atuar em situações como ameaça de bomba, sequestro de aviões e acidentes com produtos perigosos e radioativos. Uma mulher no meio do fogo Entre os 42 bombeiros do segundo curso de salvamento em aeroportos, uma se destacava. Magra e com os cabelos compridos, Isabel Fogaça era a única mulher no meio dos homens. Ela é radiocomunicadora da Sessão Contra Incêndio do Aeroporto de Navegantes e, no treinamento, era a chefe de equipe do grupo Bravo. Mãe de Rafael, de um ano e oito meses, a mulher leva o jeito protetor para o combate. No treino, Isabel era quem dava o comando para os colegas seguirem para apagar o fogo. A mulher também é bombeira comunitária há cinco anos e acredita que herdou essa dedicação por salvar vidas do pai, que é técnico de enfermagem. – Os homens têm mais força e eu tenho mais mobilidade para chegar nos locais de difícil acesso – observa ela, sobre a relação com os homens no trabalho de bombeiro. Fonte: Diario Catarinense

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